arifas sobre produtos farmacêuticos parece cada vez mais próxima

por Gabriel Noronha / FONTE: PANORAMA FARMACÊUTICO

O tarifaço comandado por Donald Trump desde sua volta à Casa Branca, que hoje completa 100 dias, pode gerar um grande aumento nos preços dos remédios nos EUA nas próximas semanas. As informações são da CNN Brasil e do jornal O Globo.

Entre diversas tarifas setorizadas e recíprocas aplicadas até então, os produtos farmacêuticos estão passando ilesos. A isenção é uma surpresa tendo em vista as inúmeras ameaças do presidente, que afirmou por diversas vezes estar avaliando taxações para a categoria.

A realidade parece estar ainda mais próxima após o governo anunciar investigações, citando preocupações de segurança nacional devido à dependência da produção estrangeira. Muitos especialistas da indústria esperam que as novas tarifas possam ser de 25%, em linha com as aplicadas ao aço, alumínio e automóveis.

Um relatório encomendado pelo lobby farmacêutico americano, formado por players como AmgenBristol Myers SquibbEli Lilly e Pfizer, estima que a medida resultaria em um incremento de quase US$ 51 bilhões (R$ 287 bilhões) nos custos dos medicamentos no país anualmente.

O estudo, conduzido pela Ernst & Young, constatou que os Estados Unidos importaram US$ 203 bilhões em produtos farmacêuticos em 2023, com 73% vindos da Europa – principalmente da Irlanda, Alemanha e Suíça.

O velho continente, inclusive, seria um dos maiores prejudicados pela taxação dos fármacos importados. A Irlanda, por exemplo, tem se tornado um expoente do mercado no continente, reunindo farmacêuticas por seus baixos impostos corporativos. Atualmente, 80% das exportações irlandesas aos EUA são produtos relacionados ao setor.

“Os irlandeses são espertos, sim, muito espertos”, disse Trump em março, enquanto o primeiro-ministro irlandês Micheál Martin visitava a Casa Branca. “Vocês levaram nossas empresas farmacêuticas e outras companhias”, afirmou. “Esta bela ilha de 5 milhões de pessoas tem toda a indústria farmacêutica dos EUA em suas mãos”, finalizou Trump.

O relatório da empresa de consultoria ainda estimou que, caso as farmacêuticas optem por repassar o aumento dos gastos ao consumidor, medicamentos para diferenças doenças podem ficar até 19,2% mais caros.

Farmacêuticas tentam driblar aumento nos preços dos remédios

Para evitar as taxações, diversas companhias já iniciaram ou estudam expandir suas atuações nos Estados Unidos. Nas últimas semanas o Panorama Farmacêutico noticiou que a Pfizer estuda centralizar sua produção no país, além do projeto de expansão da Roche, anunciado após um movimento semelhante da Novartis.

A tendência de volta das farmacêuticas ao território americano significaria uma vitória de Trump, que tinha como uma de suas promessas de campanha impulsionar a indústria local e recuperar empresas que deixaram o país nos últimos anos.

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