Por Leandro Luize, / FONTE: PANORAMA FARMACÊUTICO
O Brasil é protagonista em um método disruptivo para descobrir novos medicamentos. A plataforma foi desenvolvida pelo Centro de Química Medicinal da Unicamp (CQMED), em parceria com a divisão de Life Science da Merck. As informações são da Veja e do Jornal da Unicamp.
O método intitulado drug screening consiste na varredura de fragmentos químicos por meio de cromatografia, aliada à espectrometria de massas. Trata-se de uma tecnologia capaz de acelerar a etapa inicial de pesquisa de moléculas com potencial para se transformarem em medicamentos.
A identificação de novos medicamentos por meio de fragmentos químicos não é inédita, mas a associação da cromatografia com a espectrometria de massa é considerada um procedimento pioneiro. Por meio dele, o pesquisador prepara canudos com diâmetro similar ao de um fio de cabelo, contendo as proteínas que são objetos do estudo. Em seguida, o laboratório insere as moléculas nessas canudos. Ao final, são os espectrômetros de massas que possibilitam saber o índice de sucesso.
Novos medicamentos com esse método ainda são raros
A descoberta de novos medicamentos pelo método baseado em fragmentos ainda é uma notícia rara em nível global. Apenas seis medicamentos no mundo foram identificados a patir dessa estratégia. Um dos principais exemplos é o sotorasibe – anticancerígeno da Amgen voltado ao tratamento do câncer de pulmão. O remédio exigiu cinco anos entre a identificação do fragmento e a testagem da molécula, e mais três para passar a ser comercializado. Nada mal se consideradas as pesquisas convencionais da indústria farmacêutica.
Da descoberta ao registro, a jornada para desenvolver um novo medicamento gira em torno de dez a 15 anos. E apenas uma entre 10 mil moléculas se torna de fato um remédio.
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