FONTE: FIEPE

Na reunião desta quarta-feira (18/09/2024), o Comitê de Política Monetária (COPOM) decidiu aumentar a taxa básica de juros (SELIC) em 0,25 ponto percentual, alcançando 10,75%. Esse foi o primeiro aumento da taxa em dois anos, sendo que o último ajuste ocorreu em agosto de 2022, quando a SELIC subiu de 13,25% para 13,75% ao ano. Após manter esse patamar por um ano, a taxa passou por seis cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual e um corte de 0,25 ponto, realizados entre agosto de 2023 e maio de 2024. Nas reuniões de junho e julho de 2024, o COPOM decidiu manter a SELIC em 10,5%, o nível mais baixo desde fevereiro de 2022.

A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) se manifestou recentemente em uma nota de posicionamento que era contra a essa decisão de aumento da taxa, destacando que o Brasil já enfrenta uma das mais altas taxas de juros reais do mundo, o que impacta negativamente todos os setores produtivos. Segundo a nota oficial da FIEPE, esse cenário desestimula investimentos, dificulta o crescimento econômico sustentável e reduz a competitividade das empresas nacionais no mercado global. A indústria, em particular, sente os maiores efeitos, pois suas cadeias produtivas mais longas acumulam custos em cada etapa, encarecendo os produtos e comprometendo a competitividade do setor.

O aumento da SELIC pode ser considerado uma medida exagerada para conter a inflação, especialmente em um contexto no qual o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou queda de 0,02%, levando a uma deflação mensal. Com isso, a inflação acumulada dos últimos 12 meses recuou de 4,5% em julho para 4,24% em agosto, abaixo do teto da meta de inflação para 2024, que é de 4,5%, e inferior à inflação de 2023, que foi de 4,63%.

Esse aumento da taxa básica de juros prejudica a recuperação da indústria de transformação e dos investimentos. No primeiro semestre de 2024, a indústria de transformação registrou crescimento de 1,9% em comparação ao semestre anterior, após ter acumulado uma queda de 1,3% em 2023. Da mesma forma, o investimento aumentou 5,6% no primeiro semestre de 2024, depois de ter caído 3% em 2023. O aumento da SELIC também pressiona as contas públicas, já que cada ponto percentual adicional representa um custo de cerca de R$ 40 bilhões por ano em despesas com juros.

Além desses fatores, o Brasil caminha na contramão das tendências globais. No mesmo dia em que foi anunciado o aumento da SELIC, o Banco Central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (FED), reduziu sua taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, estabelecendo um intervalo de 4,75% a 5,00%. Com o desemprego em níveis considerados neutros e a inflação apresentando variações confortáveis, o FED viu espaço para reduzir os juros, enquanto o Brasil enfrenta o desafio de lidar com o aumento das taxas.

Para mais informações, consultar o núcleo de economia da FIEPE através dos canais:

☎️ (81) 3412-8484/8491
📥 cezar.andrade@sistemafiepe.org.br
📥 denise.lopes@sistemafiepe.org.br

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