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Economia do Nordeste: Alagoas lidera a taxa de crescimento do PIB, que tem previsão de superar a média nacional, segundo o BNB. Confira como ficam Pernambuco, Bahia e Ceará

Fernando Ítalo

Economia do Nordeste: dados do Instituto de Atividade Econômica do Banco Central mostram que o Pernambuco vem tendo oscilações no PIB
Pernambuco, umas das três maiores economias do Nordeste, acompanha Bahia e Ceará no PIB modesto em 2023/Foto: Stellantis (Divulgação)

A economia do Nordeste tem previsão de ter um desempenho melhor do que a do Brasil em 2023. A estimativa é que o Produto Interno Bruto da região cresça 3,8%, 1% acima das projeções do mercado para o PIB nacional (2,89%), publicadas no Boletim Focus (Banco Central) divulgado nesta segunda-feira (18). O resultado, superior também aos 3,2% estimados pelo Ministério da Fazenda para o país,  deve ser puxado por Alagoas, com uma taxa de 6,9%. Já Pernambuco (2% a 2,5%), Bahia (2%) e Ceará (1,9%) não devem acompanhar a média nacional, nem a regional.

“A atividade econômica no Brasil vêm apresentando robustez nos últimos trimestres, o que vem refletindo na melhora das expectativas de crescimento do PIB em 2023. Para o Nordeste, a expectativa de crescimento econômico em 2023 é ainda superior. Deve atingir 3,8%”, afirma o economista do Banco do Nordeste e gerente executivo do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), Allisson Martins.

“O maior avanço entre os estados nordestinos é estimado em Alagoas, próximo dos 7%”, acrescenta. Alagoas é a menor economia do Brasil, mas vem surpreendendo no PIB estadual. Em 2020, ano mais drástico da pandemia da Covid-19, houve uma queda de 4,2%, seguida de uma recuperação em 2021 (4,6%) e crescimento em 2022 (3%).

Um dos fatores que contribui para essa performance é o efeito dinamizador do investimento público. Em 2023, o governo do estado projeta um total de R$ 14 bilhões, mantendo Alagoas como uma das unidades da federação com maior percentual da receita corrente líquida (RCL) destinado a investimentos.

Economia do Nordeste: Pernambuco ainda se recupera do impacto da pandemia

As três maiores economias do Nordeste – Bahia, Ceará e Pernambuco – têm previsões modestas.

Em Pernambuco, a economista e especialista em desenvolvimento regional, Tânia Bacelar, sócia na consultoria Ceplan, explica que o estado foi fortemente afetado pela restrição de atividades durante a pandemia por causa da participação elevada de serviços no PIB (em torno de 74%), superior à média nacional. “O terciário foi o setor produtivo mais impactado pela Covid-19”, acrescenta.

A economia local ainda passa por um processo de recuperação. Os dados do Instituto de Atividade Econômica do Banco Central (IBC/Bacen) mostram que o estado vem tendo oscilações no PIB, apresentando períodos de desempenho do produto interno bruto um pouco acima do país, intercalados com taxas inferiores às nacionais e até retração. Em 2022, segundo a Agência Condepe/Fidem – ligada ao governo estadual – o resultado anual foi positivo em 0,7%, enquanto o Brasil cresceu 2,9%.

“Em 2023, também teremos um desempenho abaixo da média, embora o segundo semestre seja sempre melhor no estado que o primeiro. Portanto, considerando essa característica e os números do semestre anterior, seria razoável trabalhar com 2% a 2,5%”, afirma Tânia Bacelar. O Etene trabalha com uma estimativa de 2,5% para a economia pernambucana.

Economia do Nordeste: na Bahia, o PIB cresceu 1,8% no primeiro semestre deste ano, 3% no segundo semestre de 2022 e 2,6% no acumulado do ano anterior
Economia do Nordeste: exportações baianas, principalmente de combustíveis, caíram 26% este ano, influenciando negativamente a produção industrial/Foto: Oxiteno (Divulgação)

Economia do Nordeste: Bahia desacelera em 2023 e cresce abaixo da economia regional

Na Bahia, o PIB cresceu 1,8% no primeiro semestre deste ano, 3% no segundo semestre de 2022 e 2,6% no acumulado do ano anterior.

A expectativa é de uma taxa positiva (2%) no acumulado de 2023, porém inferior à de 2022, refletindo, entre outros fatores, a queda na atividade fabril causada pelo recuo na demanda de petróleo, químicos e petroquímicos e metalúrgicos no comércio exterior. As exportações baianas despencaram 26% de janeiro a agosto deste ano, no comparativo com o mesmo período do ano passado, influenciando negativamente a produção industrial.

“Neste semestre, os serviços registraram aumento de 3,5% e a agropecuária cresceu 4,1%, mas, por outro lado, a indústria caiu 1,8%, na comparação com o mesmo período do ano anterior”, explica o coordenador de Acompanhamento Conjuntural e Comércio Exterior na Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), Arthur Souza Cruz.

Ceará: PIB de serviços avança, agropecuária fica estável e indústria cai

O Produto Interno Bruto (PIB) cearense cresceu 1,7% no primeiro trimestre de 2023 em relação a igual período do ano passado, segundo o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

De janeiro a março passado, comparado ao mesmo trimestre de 2022, o setor de serviços avançou 2,24%, mas a agropecuária ficou praticamente estável (0,56%) e a indústria caiu 1,61%.

A expectativa para o acumulado do ano é acima dos 0,96% registrados em 2022, mas ainda assim próximo dos resultados de Pernambuco e Bahia. A previsão pode ser revista pelo Ipece na divulgação do acumulado do primeiro semestre, programada para a próxima semana.

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