Por Leandro LuizeEM 08/05/2023 / FONTE: PANORAMA FARMACÊUTICO

Venda de MIPs cresce 25% e chega a R$ 27,6 bilhões
Divulgação: Canva

venda de MIPs movimenta valores recordes e mais uma vez posiciona a categoria como a mais promissora nas farmácias brasileiras. A receita do segmento cresceu 25% em 2022 na comparação com o ano anterior, totalizando R$ 27,6 bilhões.

É o terceiro ano consecutivo de recorde no faturamento dessa classe de medicamentos, que acompanha o processo de amadurecimento do consumidor com foco no autocuidado.

Os medicamentos isentos de prescrição respondem por 15% do volume de negócios, resultante das 1,42 bilhão de unidades comercializadas no período.

“O brasileiro incorporou o consumo desses produtos à sua rotina, estimulado pelo fortalecimento das farmácias como hubs de atenção primária e pela ascensão do e-commerce, cujas transações já somam R$ 2,7 bilhões”, observa Renan Oliveira, gerente da área de Consumer Market Insights da IQVIA.

Venda de MIPs em farmácias – faturamento em bilhões de R$

2020               20,1
2021               22,2
2022               27,6

* Fonte: IQVIA

Venda de MIPs ganha fôlego no associativismo

A venda de MIPs em farmácias revela que o associativismo e as franquias vêm sendo um dos motores do avanço da categoria. A receita desse nicho teve aumento de 29% e somou R$ 7,3 bilhões. No entanto, as redes e os PDVs independentes ainda sustentam a liderança.

Venda de MIPs por nicho (em bilhões de R$ e %)

Grandes redes                     8,9 (32%)

Independentes                    8,3 (30%)

Associativ./franquias          7,3 (27%)

Outras redes                        3,1 (11%)

Venda de MIPs por fabricante revela concentração

Embora a cesta de consumo esteja bem distribuída nas farmácias, a venda de MIPs por fabricante revela uma elevada concentração. As cinco farmacêuticas que mais movimentam a categoria representam 52% do faturamento.

As indústrias top 5 na venda de MIPs (em bilhões de R$)

Hypera Pharma       5,4
Sanofi                        3
Grupo NC                 2,9
Cimed                        2,1
Aché                          1

Farmacêuticas se movimentam

Nesse cenário, as farmacêuticas promovem movimentos distintos. A EMS, controlada pelo Grupo NC, busca ampliar participação na categoria com operações como a compra da Dermacyd.

Com receita de R$ 50 milhões no país, a marca de sabonetes íntimos da Sanofi custou para a fabricante brasileira uma bagatela de € 66 milhões, equivalente a R$ 366 milhões no câmbio atual.

Já a Sanofi, com mais essa venda, continua a abrir mão de parte do portfólio de MIPs. Na última semana, a Eurofarma concluiu a compra de ativos do laboratório francês para o Brasil, Argentina, Colômbia, México e Uruguai. Fontes do mercado avaliam que a Sanofi estaria se desfazendo de produtos desse segmento com o claro propósito de alocar esforços e recursos para a divisão de medicamentos de especialidades.

Quais produtos se destacam na venda de MIPs?

No ranking dos produtos campeões de demanda, a Sanofi tem dois de seus carros-chefes da divisão d

consumer healthcare nas duas primeiras posições. Com R$ 647 milhões em vendas, o analgésico e relaxante muscular Dorflex encabeça a lista. A marca, cujo incremento chegou a 15%, passou a figurar na seleta lista das 50 marcas mais valiosas do país, com base em análise da Kantar e do Meio & Mensagem.

A Novalgina vem na segunda posição, com R$ 411 milhões e 28% de crescimento. Em terceiro lugar, o descongestionante nasal Decongex Plus, do Aché, movimentou R$ 322,2 milhões nas prateleiras. Foi o segundo MIP com maior crescimento entre os top 10 – 105%. É seguido de perto pelo Allegra, antialérgico da Sanofi, com R$ 317,6 milhões.

O sal de fruta Eno aparece na quinta colocação. A marca faz parte do portfólio da Haleon, farmacêutica 100% focada em consumer health e que iniciou operações em julho passado após cisão com a G

SK.

Novos mercados ganham espaço na venda de MIPs

Além dos mercados de gripe e dor, que ganharam evidência na pandemia, outros nichos também impulsionam a venda de MIPs. Um dos exemplos é a presença inédita do Restylane, da Galderma, no rol dos mais comercializados. As farmácias brasileiras faturaram R$ 230 milhões com o preenchedor à base de ácido hialurônico.

Dados da consultoria McKinsey vão ao encontro dessa tendência ao apontarem que a harmonização facial fez o setor de procedimentos estéticos dobrar de tamanho em uma década. O crescimento até 2026 deve oscilar entre 12% e 14%. 

Top 10 na 

venda de MIPs (em milhões de R$)

MIPFabricanteR$
DorflexSanofi647
NovalginaSanofi411
Decongex PlusAché322
AllegraSanofi317
sal de fruta EnoHaleon309
NeosaldinaHypera372
ExpecLegrand259
CimegripeCimed249
BenegripHypera248
RestylaneGalderma230

* Fonte: Close-Up International

Categorias: SINFACOPE

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