Alex Campos afirma que discussões sobre mais ferramentas e ações regulatórias deverão ganhar fôlego em 2023

BRASÍLIA

Medicamentos

Crédito: Arquivo/Agência Brasil

A crise de medicamentos que atingiu o país na pandemia trouxe um alerta para os governantes, para empresas nacionais e também para Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Foram várias as medidas adotadas pela autarquia no momento de crise para amenizar o desabastecimento. Agora, no entanto, a agência quer mudar a estratégia: criar um sistema para estudar e debater melhores alternativas de prevenção.

O primeiro passo para isso foi dado há pouco, com a criação da Comissão Técnica de Crises em Saúde (CTCS), que irá estudar e debater as melhores alternativas de prevenção a serem implantadas no país.

A CTCS terá a participação de diretores da Anvisa, membros do Ministério da Saúde, da indústria e de membros de agências de regulação internacionais que já contam com sistemas de prevenção de desabastecimento.

“Alguns países usam algoritmos que ajudam a prever a falta de insumos, esse é um exemplo de ferramenta que podemos explorar. Tudo será discutido de acordo com o cenário brasileiro”, disse ao JOTA o diretor da Anvisa Alex Campos, que coordena a ação.

A Anvisa já utilizou ferramentas que ajudaram a fazer frente à falta de medicamentos. No período mais grave da pandemia, por exemplo, foram publicadas medidas regulatórias que autorizaram a entrada de produtos em falta no país, como a hemoglobina e os radiofármacos.

“Agora queremos definir critérios mais claros quanto a esse tipo de medida, que nos mostrem qual o melhor momento e a forma mais adequada de usá-las”, disse Campos. “Também tivemos ações da CMED, que liberou o preço de medicamentos em falta no setor, outra medida que nos auxiliou. Mas precisamos de mais manuais, ferramentas e ações regulatórias para serem usadas antes de entrarmos em situações graves”, acrescentou.

Transição

A primeira reunião da (CTCS) está prevista para acontecer entre o fim de dezembro e início de janeiro. O processo, no entanto, deverá se estender durante 2023.

O tema também já foi discutido com membros do governo eleito, durante reunião dos diretores da Anvisa com a equipe de transição. “Todos sinalizaram a preocupação com o desabastecimento, por isso vemos esse momento propício para ter conversas com o Ministério da Saúde. Queremos parcerias para produzir dados técnicos sólidos e realizar avaliações sobre o tema que consideramos de extrema importância para o país”, disse Campos.

VILHENA SOARES – Repórter em Brasília. Cobre a área de Saúde. Formada em jornalismo pela Universidade Católica de Brasília. Antes do JOTA, era repórter no jornal Correio Braziliense, escrevendo sobre saúde, ciência e tecnologia. Email: vilhena.soares@jota.info

Categorias: SINFACOPE

0 comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *