FONTE: PANORAMA FARMACÊUTICO
Uma pesquisa avaliou milhões de artigos científicos para observar possíveis ligações ainda desconhecidas entre doenças de diferentes origens e tipos. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo e da Medicina S/A, a expectativa é que as descobertas colaborem para inovações em reposicionamento de fármacos, quando um medicamento é utilizado em um tratamento diferente daquele para o qual foi desenvolvido inicialmente.
A pesquisa foi publicada na revista científica iScience e é assinada por pesquisadores de diferentes instituições brasileiras, como Universidade Federal de Minas Gerais e Universidade de São Paulo. Helder Nakaya, um dos autores do estudo e pesquisador sênior do hospital Albert Einstein, explica que uma das razões de iniciar o projeto foi o fato de que a quantidade de artigos publicados é enorme, o que impede que um cientista consiga acessar todo o conhecimento disponibilizado para uma doença.
No total, foram analisados 30 milhões de artigos publicados entre 1990 e 2018, abrangendo 99 doenças e mais de 3.700 genes. Para acessar todo esse conteúdo, utilizou-se inteligência artificial para identificar relações entre os marcadores genéticos, as doenças e os remédios que eram utilizados nos seus tratamentos.
Com essa análise, é possível identificar quais genes estão relacionados à enfermidade e quais fármacos são utilizados no tratamento e, depois, fazer a comparação entre doenças que tenham genes em comum para testar se o remédio utilizado numa patologia pode ser reaproveitado.
Reaproveitar medicamentos para outras doenças
Já há estudos, por exemplo, analisando a possibilidade de um medicamento desenvolvido para tratar artrite poder usado em pacientes com esquizofrenia, devido a marcadores genéticos comuns.
O pesquisador explica que o objetivo da pesquisa não é reposicionar de imediato alguns medicamentos, mas mostrar possibilidades. No momento Nakaya também está envolvido em uma outra pesquisa com lógica semelhante, só que sobre doenças virais — incluindo a Covid-19 –, com a intenção de identificar genes em comum nessas enfermidades e identificar possíveis novas formas de tratamento.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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