A liberação de preços de medicamentos inovadores, a exemplo do que ocorreu com os remédios que convivem com desabastecimento, está em pauta no governo mas divide opiniões.
De um lado, o Ministério da Economia deu aval à ideia a partir de uma reunião com entidades como o Grupo FarmaBrasil, realizada há cerca de duas semanas. O Ministério da Saúde, no entanto, enfrenta resistências internas, mas já afirmou que irá avaliar a proposta. A liberação impactaria os medicamentos com inovação incremental, quando a indústria farmacêutica apresenta melhorias e atualizações em remédios já existentes no mercado.
A CMED, inclusive, abriu no ano passado uma consulta pública para lançar o debate sobre a revisão dos modelos de precificação de medicamentos. Essa medida atenderia a um interesse da própria indústria farmacêutica. O argumento é de que o risco de desabastecimento, que já ameaça remédios como a dipirona injetável para tratamento hospitalar, pode se espalhar sobre outros medicamentos.
Há relatos de escassez de estimulantes musculares e anti-inflamatórios. A causa da falta do analgésico está ligada à disparada dos custos de produção, que chegaram a um patamar capaz de desestimular a indústria, além do peso do câmbio sobre o insumo importado.
Mais razoabilidade nos preços de medicamentos inovadores
O presidente executivo da FarmaBrasil, Reginaldo Arcuri, defendeu a liberação dos preços em entrevista ao portal JOTA. “Ao investir nessa área é preciso ter alguma perspectiva de retorno. Não há como colocar preços acima do considerado razoável”, afirma.
Na visão do dirigente, a defasagem nos preços de medicamentos atinge especialmente os fármacos mais antigos, que carregam distorções de muitos anos. O cenário também inibe investimentos em inovações. Arcuri argumenta que a liberação dos preços favoreceria uma queda natural dos valores guiada pela própria concorrência.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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