Especialista aponta que a inflação, de 1º de julho de 1994 até 1º de maio de 2022, foi de 644,55%.
FONTE: CONTÁBEIS
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A nota de R$ 100, que em 1994 pagava o valor do salário mínimo e ainda sobrava troco, após 28 anos do Plano Real está valendo R$ 13,43.
Em julho de 1994, o salário mínimo era de R$ 64,79. Hoje, são necessárias 12 notas e ainda falta dinheiro para pagar o mínimo de R$ 1.212.
De acordo com cálculo feito com exclusividade pelo matemático financeiro José Dutra Vieira Sobrinho para a coluna do R7 – “O que é que eu faço, Sophia?”, a inflação, de 1º de julho de 1994 até 1º de maio de 2022, foi de 644,55%.
Na prática, isso significa que, para adquirir a mesma quantidade de mercadorias e serviços que R$ 100 compravam em 1994, o consumidor precisa desembolsar R$ 744,55.
Isso equivale a uma perda de 86,57% do poder de compra da moeda.
Dinheiro parado X Dinheiro investido
Para compreender a importância de investir o dinheiro para proteger dos efeitos negativos da inflação, vamos supor que duas pessoas tivessem R$ 100 mil em 1994. Na época, com esse dinheiro era possível comprar um apartamento de bom padrão.
Uma dessas pessoas resolveu guardar o dinheiro no colchão, ou no cofre, ou deixá-lo parado na conta. Os R$ 100 mil de 1994, hoje, equivaleriam, com a desvalorização da moeda, a R$ 13.430, que não dá para comprar um carro zero popular.
O carro zero mais barato de 2022 é o Renault Kwid Zen, que sai por R$ 59.890, segundo a lista Autos Carros.
Para comprar o mesmo tipo de apartamento que valia R$ 100 mil em 1994, um brasileiro precisaria desembolsar, hoje, R$ 744.550.
“Ou seja, continuaria com os mesmos R$ 100 mil, mas esse dinheiro teria um poder de compra muito menor”, explica o professor.
Já quem tivesse decidido aplicar o dinheiro colocando-o, por exemplo, na poupança e não tivesse mexido nele até hoje, teria agora um saldo de R$ 1.534.132, segundo informa o matemático financeiro.
Percepção de valor
O professor lembra que, apesar dessa desvalorização, a percepção de valor do real se mantém. “Apesar de a nota de R$ 100 ter perdido 86% do seu poder aquisitivo, em muitos lugares as pessoas ainda não conseguem trocar essa nota, por ser considerada de valor alto. E a nota de R$ 200, lançada em setembro de 2020, quase nem é vista em circulação”, afirma o professor.
Outro fato interessante a ressaltar é que, enquanto o real perdeu 86,57% do poder de compra da moeda, no período de apenas um ano na época da hiperinflação, o Brasil perdeu muito mais do que isso.
“Basta lembrar que, em apenas um mês, de 1º de março de 1990 a 1º de abril de 1990, a inflação oficial foi de 84,32%.”
Fonte: com informações do R7
Publicado porANANDA SANTOS
Jornalista
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