FONTE: CBN RECIFE

Economista explica como o cálculo do reajuste é formulado pelo Governo Federal

Para 2026, o salário mínimo pode sofrer um aumento de R$ 112, alcançando o valor de R$ 1.630. É o que consta no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) elaborado pelo Governo Federal para o próximo ano. Hoje o salário mínimo é de R$ 1.518, e sendo reajustado, só passará a contar no bolso do trabalhador a partir de fevereiro.

O professor e economista Sandro Prado explica que, para conceder o reajuste, o Governo Federal leva em conta a inflação oficial em 12 meses, até o mês de novembro, e o índice de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB), limitado a 2,5%. O cálculo busca conceder aumentos reais na remuneração do trabalhador, que também tem impactos para os aposentados e pensionistas.

“Desde a Constituição de 1988, o salário mínimo deve ter um reajuste que considere, pelo menos, a inflação do ano anterior. Não é o famoso IPCA, mas sim o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Quando se manda um planejamento da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o Governo Federal já tem uma base mínima de quanto será o salário do próximo ano. Foi isso que aconteceu agora com a divulgação prévia de quanto deverá ser o salário mínimo em 2026”, explicou.

Sandro Prado reforça que, apesar da prospecção, é preciso aguardar o INPC de novembro para que, de fato, se chegue ao valor da remuneração base do trabalhador. 

“Esse aumento está limitado a um teto de 2,5% ao ano, ou seja, em 2026 nós teremos um reajuste do INPC mais 2,5% ao ano. Acontece que, com esse valor estimado agora, nós teríamos um reajuste de 7,37%, ou seja, o salário mínimo que hoje é de R$ 1.518 iria para R$ 1.630. Mas esse valor é prego batido e ponta virada? Não. Apenas quando nós soubermos o INPC de novembro é que realmente vamos saber o valor exato do salário mínimo em 2026”, observou.

Com o teto de 2,5% ao ano, proposto pelo governo no pacote de corte de gastos enviado ao Congresso Nacional no ano passado, o objetivo é adequar o crescimento do piso salarial do país aos limites definidos pelo novo arcabouço fiscal. Esse limite vale até 2030.

Reportagem – Lucas Arruda

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