Presidente-executivo da J&J criticou política republicana e cobrou união do setor
porGabriel Noronha / FONTE PANORAMA FARMACÊUTICO
O fornecimento de medicamentos nos Estados Unidos corre perigo. Essa é a opinião de Joaquin Duato, presidente-executivo da Johnson & Johnson, em meio à guerra comercial travada pela potência americana. As informações são do portal TradingView.
A declaração do executivo foi feita durante uma teleconferência com investidores da companhia, onde os resultados do primeiro semestre eram discutidos. Para Duato, as tarifas impostas pelo governo Trump sobre os produtos farmacêuticos são uma ameaça ao bom funcionamento da cadeia de suprimentos, e poderiam ser substituídas por políticas fiscais que impulsionariam a capacidade do país de produzir fármacos e dispositivos médicos.
O presidente da J&J afirmou, ainda, que as empresas do setor deveriam se unir para reivindicar condições melhores junto a Donald Trump. A Eli Lilly, fabricante de medicamentos como o Mounjaro e ZepBound, fez um apelo semelhante recentemente, se posicionando contra a política fiscal do presidente.
Os números apresentados pela companhia em seu relatório foram positivos, mas o encontro foi usado também para alertar os investidores quanto aos impactos do tarifaço.
A J&J relatou aumentos em sua receita e lucro no primeiro trimestre acima das estimativas de Wall Street, impulsionados pelas fortes vendas de medicamentos contra o câncer. O conglomerado de saúde sediado em Nova Jersey ainda aumentou sua previsão de vendas para 2025 em US$ 700 milhões (R$ 4 bilhões) para refletir a adição do medicamento para esquizofrenia Caplyta ao seu portfólio, que deve ser aprovado ainda este ano.
A empresa também disse que espera que o Spravato, um spray nasal usado para tratar depressão, gere de US$ 3 bilhões (R$ 17,42 bilhões) a US$ 3,5 bilhões (R$ 20,32 bilhões) em vendas anuais até 2028.
Mesmo com esses incrementos a estimativa de lucro da empresa se manteve instável, na faixa dos US$ 400 milhões (R$ 2,3 bilhões), em uma tentativa de prever e contabilizar previamente os impactos da nova política de juros.
Confronto com a China impacta diretamente o fornecimento de medicamentos
Principal adversária de Trump nessa guerra econômica, a China é uma importante fonte de insumos farmacêuticos para todos os países do mundo. As altas taxas atreladas às exportações asiáticas, que estão em 245% no momento da redação da matéria, impactam diretamente a planilha de gastos de diversas farmacêuticas.
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