FONTE: PANORAMA FARMACÊUTICO

Categoria movimenta R$ 723 milhões e números revelam potencial de expansão ainda mais vigorosa

porLeandro Luize

venda de suplementos nas farmácias avança de forma consistente, praticamente quadruplicando de tamanho em quatro anos. Os dados da Close-Up International apontam um faturamento de R$ 723 milhões em vendas ao consumidor nos últimos 12 meses até janeiro de 2025. Os demais indicadores presentes no estudo sinalizam uma expansão ainda mais vigorosa nos próximos anos, com potencial para incrementar substancialmente o tíquete médio e a fidelização.

Considerando o mesmo período até janeiro de 2021, esse mercado somava R$ 187 milhões. O montante foi 3,8 vezes inferior ao atual, mas já sinalizava os impactos da Covid-19 para o desenvolvimento da categoria. A pandemia fez saltar a demanda por itens para imunidade e bem-estar no varejo farmacêutico. O que parecia ser um boom, porém, se mostrou uma evolução ainda mais sólida nos anos seguintes.

A receita cresceu 49,4% de 2023 a 2024 e 66,6% no intervalo seguinte. “Creatina, barrinhas e proteínas vêm puxando esse mercado, representando 93% das vendas nos últimos 12 meses até janeiro, contra 84% quatro anos atrás”, observa Filipe Campos, head de Market Insights & CHC da consultoria.

Venda de suplementos nas farmácias
(em milhões de R$ nos últimos 12 meses até janeiro do respectivo ano)

graficos panorama farmaceutico

onte: Close-Up International

Suplementos nas farmácias têm volume e mix como motores

Até o momento, o perfil do mercado de suplementos nas farmácias contraria por completo a lógica que se impõe na venda de medicamentos e artigos de HPC, fundamentalmente sustentada pelo preço. “Do crescimento geral da categoria, 86% tem como motores o volume e o mix. No canal farma como um todo, esse percentual é de 46%”, reforça Campos.

“É um segmento que evoluiu em quatro anos o que se esperava inicialmente para uma década”, conta Alexandre Cunha, fundador da AMC Distribuição e Logística, que também promove serviços de representação e consultoria para conectar a indústria de saudabilidade à farmácia.

Para o empresário, que atende marcas como Apis Flora, Atlhetica Nutrition e Chá Leão, a pandemia foi o gatilho para os fabricantes acelerarem seus passos rumo ao varejo farmacêutico – com foco na formação de um mix de saudabilidade mais robusto. “Ter produtos e volume era fundamental. Agora, para que realmente o ciclo de crescimento prossiga, o setor precisa pensar em estratégias para aprimorar o planograma e a exposição no PDV”, avalia.

Grandes redes dominam, mas associativismo é rota para expansão

Outro indicativo do potencial da categoria revela-se na receita por nicho de farmácia. As grandes redes detêm 58% das vendas, mas a maior aposta atual dos especialistas está no associativismo. “Estudos de mercado que encomendamos indicam que esse nicho de farmácias tem potencial para elevar em mais de 20% o faturamento com a aposta em produtos saudáveis”, destaca Cunha.

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Fonte: Close-Up International

Não à toa, as farmácias associativistas ganharam evidência na agenda do 3º Fórum de Suplementos no Canal Farma, que integrou a programação da Arnold Sports Festival no último fim de semana e teve o Panorama Farmacêutico como mídia oficial, com seu editor-chefe Leandro Luize na mediação do painel com os convidados. Curadora do evento, Leka Vital reuniu casos de sucesso do Grupo Total e da Ultra Popular.

Com 676 lojas em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, o Grupo Total testemunhou uma alta de 145% nas vendas de suplementação nos últimos cinco anos. O tíquete médio geral pulou de R$ 36 para R$ 55, enquanto o número de itens adquiridos por cupom de compra subiu de 1,20 para 1,41.

“É um crescimento sustentável baseado na valorização do portfólio e na conquista da confiança do cliente, por meio de iniciativas como a concepção de espaços dedicados ao segmento nas farmácias e a ativação da Segunda da Suplementação”, valoriza o conselheiro deliberativo e head de expansão Jair Beloube.

Isabela Bettoni, gerente de vendas e marketing das unidades da Ultra Popular no Mato Grosso, destaca que a categoria ascendeu na rede a partir de um bem-sucedido trabalho de cross selling. “Criamos um programa de fidelidade próprio para fortalecer as marcas de suplementos, que possibilita inclusive a entrega dos produtos na residência ou local de interesse do consumidor”, detalha.

Desafios para manutenção do crescimento

A demanda motivou Ricardo Coutinho a estruturar uma divisão de negócios específica para a venda de suplementos na Visão Grupo, companhia da qual é CEO e que agrega o marketplace Tudo Farma. “O mix deu o tom à evolução nas farmácias. O próximo passo envolve o aumento da positivação e uma maior conscientização das equipes de atendimento no varejo, movimento que necessariamente a indústria deve encabeçar”, opina.

A sócia-diretora do Grupo Supley, Mariana Morelli, foi a voz da indústria no fórum e trouxe dados que atestam como a capilaridade das farmácias pode ser ainda mais bem trabalhada. “A indústria de suplementos no Brasil movimentou R$ 7,5 bilhões em 2024 e projeta chegar a R$ 9 bi este ano, mas apenas 8% da fatia desse bolo está no varejo farmacêutico”, adverte.

Categorias: SINFACOPE

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