Pernambuco e Ceará lideram entre os estados do Nordeste com maior percentual de inadimplência

Vanessa Siqueira

vanessa.siqueira@movimentoeconomico.com.br / FONTE: ME

Dívidas com cartões de créditos, bancos e contas básicas tem levado milhares de brasileiros à inadimplência. Dados da Serasa apontam que em oito estados do Nordeste mais de 40% da população adulta está inadimplente. Pernambuco e Ceará lideram a lista como os estados com mais inadimplentes da região.

O levantamento da Serasa apresenta dados do mês de julho e mostra um dado preocupante sobre a população adulta brasileira: em julho de 2024, o Brasil registrou 72,66 milhões de consumidores inadimplentes, representando 44,05%.

Na região Nordeste, apenas o Piauí ficou abaixo dos 40% de pessoas inadimplentes no mês de julho, registrando 36,26%.

Veja o ranking de inadimplência no Nordeste em julho:

Pernambuco – 45,71%

Ceará – 45,19%

Rio Grande do Norte – 43,67%

Sergipe – 42,67%

Bahia – 40,81%

Alagoas – 40,50%

Paraíba – 40,38%

Maranhão – 40,28%

Piauí – 36,26%

No estudo, o Serasa aponta que as estatísticas revelam que a inadimplência é um problema abrangente, atingindo pessoas de todas as idades e, particularmente, aquelas em estágios cruciais de suas vidas financeiras. A maior parte das dívidas está associada a bancos e cartões de crédito, que juntos representam 28,44% do total de pendências, ressaltando a importância de uma gestão financeira consciente. As mulheres, entre 41 e 60 anos, figuram entre o público com mais dívidas no país.

O estudo também mostra dados sobre renegociações de dívidas. O Mapa destaca que, em maio de 2024, o valor médio de cada acordo realizado na plataforma Serasa Limpa Nome foi de R$ 756,81, totalizando impressionantes R$ 8,59 bilhões em descontos concedidos aos consumidores. Atualmente, existem cerca de 550 milhões de ofertas disponíveis para negociação, que somam mais de R$ 901 bilhões. Essa vasta gama de oportunidades de renegociação é essencial para ajudar os consumidores a retomarem o controle de suas finanças.

No Nordeste, a Bahia é o estado com o maior volume de renegociações, um total de 175.294 mil em julho. Em segundo lugar está o Ceará, com 116.989 acordos, depois Pernambuco, com 113.564 renegociações.

A lista segue com o Maranhão (68.113), Paraíba (47.709), Rio Grande do Norte (44.363), Alagoas (39.028), Piauí (33.038) e Sergipe (29.363).

A Serasa avalia que a situação é ainda mais crítica quando se considera que a inadimplência pode levar a consequências sérias, como a restrição de crédito, o que dificulta a aquisição de bens essenciais, como imóveis e veículos. Além disso, as dívidas não pagas frequentemente resultam em juros altos, criando um ciclo vicioso de endividamento que é difícil de quebrar.

A Serasa também alerta para a importância de um planejamento financeiro adequado. Compreender suas obrigações financeiras e buscar renegociar dívidas são passos cruciais para evitar a negativação do nome, que pode permanecer por até cinco anos nos registros de crédito.

Endividamento aumentou em agosto em Alagoas

Pesquisa divulgada pelo Instituto Fecomércio Alagoas aponta que no mês de agosto o percentual de famílias endividadas foi de 72%. O levantamento foi realizado em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

Considerando que os dados do Censo 2022, do IBGE (2024) apontam a existência, no Estado, de 1.041 milhão de domicílios familiares (ou famílias), isso significa dizer que as dívidas alcançam cerca de 750 mil famílias.

E não é exagero dizer que o endividamento vem numa crescente desde final de 2023. Em dezembro, 60,9% da população estava endividada e, atualmente, esse percentual subiu para 72,2%, em agosto. O aumento em sequência é multifatorial, segundo afirma o assessor econômico do Instituto Fecomércio, Francisco Rosário. “É um aumento que sofre influências desde o consumo básico baseado no crédito até a inflação local que incide nos alimentos e na moradia na cidade de Maceió”, avalia.

Das famílias alagoanas com dívidas, 31,8% têm dívida em atraso e 9,3% afirmaram que não terão condições de pagar. Na comparação mensal, este último percentual reduziu -2,1%, indicando que estas famílias estão conseguindo administrar o endividamento, mesmo com o aumento da inadimplência. Isto pode ser percebido quando se analisa o nível de endividamento, pois, em agosto, houve crescimento no número de famílias pouco endividadas (20,5%) e reduções na quantidade de famílias muito endividadas (-7,1%) e mais ou menos endividadas (-6,8%).

Em agosto, a inadimplência teve um incremento de 5,3%; uma taxa de crescimento maior do que a total dos envidados. Para o economista, é um movimento que pode acender um sinal de alerta.  “O complicador, aqui, é que estamos no segundo semestre do ano, período de maior consumo, e o crescimento da inadimplência pode sinalizar a redução no fôlego do consumo das famílias alagoanas”, avalia Rosário.

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