A alta do PIB foi influenciada pelos setores da agropecuária, com taxa de 22%, principalmente pela produção de ovos

Assíria Florêncio

assiria.florencio@movimentoeconomico.com.br / FONTE: ME

Pernambuco fechou o segundo trimestre do ano com um crescimento de 4,1% em seu Produto Interno Bruto (PIB). O aumento foi maior do que o do Brasil, que para o mesmo período de 2024, apresentou um crescimento de 3,3% para o indicador.

A alta foi puxada pelos setores da agropecuária, com taxa de 22% (influenciada principalmente pela produção de ovos no estado); serviços de utilidade pública, como eletricidade e água, com crescimento de 10,3% (com o protagonismo da energia solar); e, comércio, com aumento de 6%.

Segundo a Estatística da Produção Pecuária divulgada pelo IBGE relativa ao segundo semestre deste ano, Pernambuco produziu aproximadamente 73,7 milhões de dúzias de ovos, um crescimento de 33% se comparado com o mesmo semestre em 2023. O reflexo do aumento de produção é a queda no preço do produto, que chega a ser de 40% em relação ao ano passado. “É uma questão que preocupa todo o setor”, alertou o o presidente da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), Giuliano Malta.

O crescimento é percebido quando o PIB de abril, maio e junho de 2024 é comparado ao mesmo período de 2023. Se a análise é feita comparando com o primeiro trimestre deste ano, o PIB de Pernambuco apresentou alta de 1,7%, enquanto para o País a elevação foi de 1,4%. Para o semestre, a taxa no estado foi de 3,4% e no Brasil 2,9%.

O único comparativo onde o PIB de Pernambuco tem desempenho mais baixo do que o brasileiro é no acumulado dos quatro últimos trimestres, isto é, de julho de 2023 a junho de 2024. Neste caso, o PIB brasileiro apresentou alta de 2,5%, enquanto para o estado a elevação foi de 2,3%.

PIB de Pernambuco

Os dados foram divulgados durante reunião na tarde desta quinta-feira (12) na sede da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), responsável pelo cálculo do indicador.

Durante o encontro, Daniel Oliveira, diretor de estudos, pesquisas e estatísticas do órgão, explicou que a metodologia para o cômputo do índice foi readequada para que o comparativo com o PIB brasileiro, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pudesse ser feito sem distorções. Segundo o diretor, “toda a série histórica foi recalculada”.

Observando-a novamente, a última vez que Pernambuco teve um PIB maior do que o do Brasil foi no primeiro trimestre de 2022, fruto da recuperação econômica experimentada com a retomada das atividades após o período de fechamento devido à pandemia da Covid-19. Após o momento, o índice declinou, e passou a crescer, somente, a partir do terceiro trimestre do ano passado.

Crescimento

Para o secretário de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional de Pernambuco, Fabrício Marques, “provavelmente, continuaremos crescendo mais do que o País”.

“A leitura que eu tenho aqui esse ano, estatisticamente e sem prognósticos, é que tudo leva a crer que a gente vai ter um crescimento maior que o Brasil neste ano. E eu acho que o governo vai ter um efeito muito maior, esse ano já maior que o ano passado, mas muito maior nos próximos dois anos pela carteira de investimento que está na rua”, pontua.

O “efeito muito maior” mencionado pelo secretário diz respeito à influência da gestão estadual no crescimento do PIB, propiciado, segundo ele, majoritariamente devido a dois fatores: (1) geração de emprego e (2) fortalecimento das economias municipais.

Marques relacionou o aumento do índice com os quase 70 mil empregos gerados nos últimos 12 meses e, também, com a redistribuição dos investimentos do Governo de Pernambuco às cidades do estado, já que os 49 municípios que declararam calamidade financeira em 2023, se reestruturaram.

Para o próximo ano, de acordo com o secretário, a gestão estadual prevê na “peça orçamentária, em torno de R$ 5 a 6 bilhões em investimentos. Só esse investimento, que dá mais de 2% do PIB em investimento, canaliza esforços de outros setores para produzir.”

“A gente já está crescendo. Investimos, no ano passado, R$ 1,3 bilhão em infraestrutura. Vamos investir aproximadamente R$ 3 bilhões esse ano”, continua.

Nordeste

Somente 12 estados no Brasil realizam esse tipo de publicação. No Nordeste, Pernambuco, Bahia e Ceará divulgam os resultados de seu PIB. A expectativa é que o estado do Maranhão passe a realizar a publicação a partir deste trimestre. Sergipe, Alagoas e Paraíba estão em preparação.

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