porCesar Ferro / FONTE: PANORAMA FARMACÊUTICO
Em momento de consolidação, o e-commerce no Brasil registrou um faturamento de R$ 186 bilhões em 2023. Quem aponta tal desempenho é a IQVIA, por meio de seu estudo Overview Retail Digital Commerce, referente ao quarto trimestre de 2023.
Essa receita representa um crescimento de 106,3% em relação ao registrado em 2019. “A população se acostumou a comprar pela internet durante a pandemia”, ressalta Leandro Ruggero, consultor especializado no varejo farmacêutico.
Aliás, esse é um recorte facilmente perceptível quando se compara o último trimestre de 2021, durante a pandemia, com o mesmo período do ano passado.
O resultado, mesmo com o arrefecimento da Covid-19 e uma crescente presença do consumidor nas lojas físicas, ainda é considerável – avanço de 95,1%.
Medicamentos de prescrição se destacam no e-commerce de farmácias
A categoria campeã de crescimento foi a de medicamentos de prescrição, que liderou o avanço em unidades, valor e porcentagem de transações no e-commerce.
Esses itens geraram vendas de 27 bilhões de unidades no período (+42,2%), perfazendo R$ 1,6 bilhão (+48,7%) e uma participação nas vendas digitais de 13,6% (+3,3 pontos percentuais).
“Com o advento da teleconsulta, o e-commerce cresce a reboque, devido à sua praticidade. O paciente sai da consulta e não precisa se deslocar até a farmácia para comprar o medicamento receitado”, avalia Ruggero.
Sudeste ainda lidera e-commerce no Brasil, mas Norte cresce mais
A Região Sudeste ainda é a que detém o maior share quando o assunto é o e-commerce de farmácias. Na análise por regiões, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo detêm 60% do mercado de vendas digitais.
Na análise por estados, o pódio é todo composto pelo Sudeste, no caso São Paulo (33,1%), Rio de Janeiro (14,5%) e Minas Gerais (10,7%).
Mas aquela região que tem se mostrado mais fértil para um avanço das vendas digitais é a Norte, que teve alta de 67,9% na comparação com 2022. “A região ainda tem muito espaço para os varejistas desenvolverem suas plataformas de vendas online”, afirma o consultor.
Marca própria é motor, mas sofre com entrave
De acordo com a IQVIA, apesar do avanço considerável dos medicamentos de prescrição, os MIPs e OTCs foram o destaque do último trimestre de 2023.
Seja em unidades vendidas, valor movimentado e preço médio, em todos os indicadores a categoria apresentou avanço. Entre as marcas mais valiosas desse segmento, se destaca a Sidney Oliveira, da Ultrafarma, que movimentou R$ 15,8 bilhões no quarto trimestre de 2023. Mas por estar restrita à rede de farmácias, a marca foi uma das poucas a retrair quando o assunto é penetração no mercado, com uma queda de 0,6 pontos percentuais na comparação anual.
“Se a comodidade leva o consumidor ao e-commerce, também faz com que ele compre onde consegue encontrar uma maior variedade de opções. Se um produto fica restrito a apenas um site, não tem jeito, ele vai perder espaço no mercado”, analisa.
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