FONTE : PANORAMA FARMACÊUTICO

AboutMe
João Marcelo Moreira (Torrent), Newton Velloso (AboutMe), Jaqueline Escotero (Zambon), José Moreira (Instituto Butantan), Julio Avella (SteinCares), Luis Augusto Caixeta (Apsen) e Edson Paixão (Medison Pharma) – Foto: Ana Claudia Nagao

A plataforma de vagas e talentos dedicada ao mercado farmacêutico  AboutMe realizou, no dia 2 de setembro, a 10ª Conferência AboutMe Farma & Saúde. Esta edição marcou a retomada do formato presencial, que se tornou online em função da pandemia. “Trata-se de um evento dedicado à troca de experiências e ao desenvolvimento de carreiras dos profissionais do setor”, afirma Newton Velloso, fundador do portal.

Com cinco painéis temáticos, a conferência AboutMe reuniu mais de 100 participante em busca de dicas de como se preparar e quais a competências mais relevantes no momento para quem almeja trabalhar em diferentes áreas da indústria farmacêutica. “A indústria farmacêutica é um dos mercados mais cobiçados pelos profissionais do mundo inteiro devido à sua capacidade de promover inovação constante, proporcionar remuneração competitiva, garantir estabilidade e crescimento, além de permitir colaboração multidisciplinar”, ressalta Velloso.

AboutMe apresenta o mercado farmacêutico em números

A palestra de abertura foi ministrada por Jaqueline Escotero, gerente geral da Zambon, que apresentou um panorama geral sobre o mercado farmacêutico brasileiro.

  • O mercado brasileiro de medicamentos movimentou R$ 106,78 bilhões em 2022, segundo o Sindusfarma
  • Houve um crescimento de 17% em reais, em relação ao ano anterior
  • Representa aproximadamente 2% do mercado mundial
  • É o 10º em faturamento no ranking das 20 principais economias
  • Na América Latina, o Brasil é o principal mercado, à frente de México, Colômbia e Argentina
  • Mercado brasileiro de medicamentos: 341 empresas farmacêuticas, com 28% de origem internacional e 72% de capital nacional
  • No canal farmácia, as empresas multinacionais detinham 32% do mercado em faturamento e 20,25% em caixas vendidas
  • Os laboratórios de capital nacional responderam por 68% do mercado em faturamento e quase 80% em caixas vendidas
  • Em 2022, os genéricos foram responsáveis por 14% do faturamento nas vendas de medicamentos das farmácias e 35,4% das unidades vendidas (caixas)

Sete tendências do mercado farmacêutico

  1. Evolução consistente nas dinâmicas do varejo farmacêutico seguirá apresentando oportunidades para expansão dos diferentes modelos de negócio
  2. Crescente complexidade ambiente de pagadores e provedores leva à necessidade de investimentos contínuos em competências de engajamento B2B
  3. O Aumento da importância de RWE (real-world efficiency) em todo o ciclo de vida do produto leva à necessidade de maior integração das áreas médica, acesso ao mercado e comercial
  4. O engajamento digital permanecerá após a covid e a indústria ainda busca otimizar a melhor forma de engajamento omnichannel
  5. Um número importante de moléculas perderá exclusividade nos próximos cinco anos, apresentando oportunidades para novos entrantes e desafios para originadores
  6. O pipeline de P&D transacionado para populações nichadas e farma deve avaliar como melhorar o suporte aos pagadores, provedores e pacientes ao longo da jornada
  7. A transição de portfólio nos próximos cinco anos aumenta a importância de planejamento e execução dos lançamentos e alocação de recursos

Painéis debateram inovação, pesquisas clínicas e acesso

O diretor médico e de desenvolvimento clínico do Instituto Butantan, José Moreira, apresentou os desafios de inovação e P&D no Brasil, explicando aos presentes como funciona o ciclo de desenvolvimento de um produto e sua chegada até o paciente. O médico abordou as parcerias firmadas pela instituição para o desenvolvimento de vacinas, como a Coronavac, a Butanvac, além de imunizantes contra a dengue e Chikungunya.

Luis Augusto Caixeta, diretor de Assuntos Regulatórios e Pesquisa Clínica da Apsen Farmacêutica abordou o modelo regulatório brasileiro e levantou o debate da demora no processo de aprovação de um registro no país. “Um dos entraves é que a recente aprovação de um concurso público na Anvisa com  50 vagas ainda é insuficiente tendo em vista o volume de petições demandadas pela indústria farmacêutica. Para equalizar as filas de análise há necessidade de aumentar o quadro em 10 servidores”, ressalta.

Julio Avella, gerente geral para o Brasil e head Latam para doenças raras da SteinCares; e Edson Paixão, head Brasil & Colômbia da Medison Pharma, falaram sobre os investimentos de P&D em novas terapias e as complexidades de acesso a medicamentos para pacientes de doenças raras. Uma das questões abordadas foi o fator preço e como as judicializações acabam sendo o caminho para chegar ao medicamento.

Complexidade tributária

Fernando Neves, diretor tributário / fiscal corporativo da EMS; e Fernando Correa, gerente geral da Andreani Logística, fa

laram sobre os desafios logísticos para a indústria farmacêutica e a como a complexidade tributária no Brasil influencia na localização da sede da indústria e na escolha de parceiros.

Já o painel sobre concorrência e inovação na indústria farmacêutica contou com a participação de Wagner Ritzdorf, diretor comercial e de operações da Gilead Sciences; e de João Marcelo Moreira, diretor comercial da Torrent, que foram unânimes em ressaltar que tão importante quanto inventar e desenvolver um produto é saber lançá-lo bem o mercado.

O último painel da Conferência AboutMe debateu com os presentes as oportunidades de carreira no mercado farmacêutico e contou com a participação de André Reis, CEO da RepFarma; Caroline Manzan, diretora executiva da Caroline Manzan Pesquisa Clínica; Rogério Mauad, fundador da PharmaPrime; Mirella Franco, diretora de Desenvolvimento e Estratégia da Quality Compliance; e Poatã Casonato. Fundador da CDPI Pharma e do Laboratório Ephar.

Categorias: SINFACOPE

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