FONTE: PANORAMA FARMACÊUTICO
Por Ana Claudia Nagao,
As ações da indústria farmacêutica enfrentam um viés de queda neste primeiro semestre após o aumento no valor de mercado em 2022. Oito dos dez maiores laboratórios nesse quesito cresceram no ano passado. Porém somente uma companhia do top 10 registrou alta, segundo aponta relatório da consultoria GlobalData.
Apesar da resiliência do setor, a redução natural da demanda por novas vacinas e medicamentos contra a Covid-19 ajuda a explicar esses indicadores. Mas os impactos da pressão inflacionária e dos juros altos em nível mundial também colaboraram.
Líder em valor de mercado até o fim do ano passado, a Johnson & Johnson perdeu esse posto para a Eli Lilly. Agora acumula uma queda média mensal de 0,20% no preço das ações. A fabricante teve dificuldades para disputar o mercado de imunizantes com as concorrentes Pfizer e Moderna. Para completar, teve de desembolsar US$ 5 bilhões em acordos judiciais por conta da crise dos opioides.
Mas assumir a primeira posição não significa só flores para a Eli Lilly, que vem amargando 1,25% de redução média mensal. O Trulicity, medicamento indicado para diabetes tipo 2, foi o trunfo do laboratório em 2022. Mas a onda das vendas pode ter passado.
Ações da indústria farmacêutica nos EUA
(valor de mercado em US$/ base: junho de 2023)
Eli Lilly 435
Johnson & Johnson 423
Novo Nordisk 352
Merck 285
Roche 245
AbbVie 234
AstraZeneca 220
Novartis 209
Pfizer 205
Bristol-Myers Squibb 135
Ações da indústria farmacêutica em queda: só uma exceção
Entre as ações da indústria farmacêutica, só uma vem obtendo alta em valor de mercado neste ano. Com o Ozempic virando até trend topics por ajudar no emagrecimento, a Novo Nordisk acumula 0,52% de aumento.
Porém, os problemas de abastecimento e a possível chegada de um medicamento genérico até 2026, após o laboratório dinarmarquês ter negado o pedido de extensão da patente, podem esfriar os ânimos.
Quem teve as quedas mais expressivas?
Quatro laboratórios também se destacam no ranking por perdas acima de 0,70% no valor das ações. No caso da Bristol-Myers Squibb, o valor caiu mais de 1%, fruto de investigações de órgãos reguladores dos Estados Unidos. A empresa é suspeita de inflar seus ganhos em balanço no início de 2001.
AstraZeneca (0,99%) e Merck (0,78%) convivem com o esfriamento da Covid-19, enquanto a Novartis ((0,75%) ainda alimenta incertezas por conta de seu futuro sem a divisão de genéricos da Sandoz.
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