80% das indústrias inovaram na pandemia e tiveram aumento de lucro e produtividade
Pesquisa da CNI com executivos de 500 grandes e médias empresas industriais mostra, no entanto, que metade delas não tem setor específico de inovação e apenas 37% possuem orçamento reservado para tal fim
Oito em cada dez indústrias grandes e médias brasileiras inovaram em 2020 e 2021 e viram crescer sua produtividade, sua competitividade e seus resultados financeiros. É o que mostra pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizada pelo Instituto FSB Pesquisa. De acordo com os números divulgados nesta terça-feira (19), do total de empresas industriais de médio e grande porte, 88% promoveram alguma inovação durante a pandemia de Covid-19, como forma de buscar soluções para a crise imposta pelo contexto sanitário.
Dentre o total de empresas ouvidas, 80% registraram ganhos de produtividade, competitividade e lucratividade decorrentes de inovações. Outras 5% tiveram dois desses ganhos e 2%, um ganho. Apenas 1% das indústrias brasileiras inovou e não viu nenhum incremento em seus resultados. Os dados mostram que somente 13% dos executivos entrevistados disseram que suas empresas não inovaram durante a pandemia.
Por outro lado, chama a atenção o número de indústrias que não têm área de inovação – 51% delas não têm um setor específico. Os dados apontam ainda que 63% do total das empresas pesquisadas não têm orçamento reservado para inovação e 65% não dispõem de profissionais exclusivamente dedicados a inovar.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destaca que o caminho para o país voltar a crescer e recuperar a sua economia passa essencialmente por investimentos em inovação. “Diante do surgimento de pandemias assustadoras, como a da Covid-19, e da persistência de crônicos obstáculos ao crescimento econômico e à melhora das condições de vida da população, estimular o espírito inovador é primordial para avançarmos”, afirma.
De acordo com a pesquisa, as principais causas para dificuldade em inovar durante a pandemia são acessar recursos financeiros de fontes externas (19%), a instabilidade do cenário externo (8%), a contratação de profissionais (7%), falta de mão de obra qualificada (8%) e o orçamento da empresa (6%).
Os dados mostram também que apenas uma em cada quatro empresas mantém algum programa ou estratégia de inovação aberta, sendo que se avaliadas somente as grandes indústrias, o índice chega a uma em cada três. Os executivos afirmaram ainda que a relação com o cliente e os processos são os itens mais prioritários para a empresa inovar no pós-pandemia, cada um com 18% de menções.
Pandemia trouxe prejuízos para 8 a cada 10 empresas
Do universo de 500 empresas pesquisadas, 79% responderam que foram prejudicadas com a pandemia, sendo a maior parte localizada na Região Nordeste (93%). 58% das indústrias apontam que a cadeia de fornecedores foi a mais prejudicada, seguida de vendas (40%) e linhas de produção (23%). Por outro lado, 20% dos executivos afirmaram terem sido pouco ou nada prejudicados pela pandemia de Covid-19. No total, 55% das empresas disseram que registraram aumento no faturamento bruto.
A diretora de inovação da CNI, Gianna Sagazio, alerta para a necessidade de as empresas olharem com mais atenção para a área de inovação. “Inovação é fundamental nesse processo de recuperação das empresas e para retomada economia. Quem não inovar não irá acompanhar essa evolução da indústria e se tornar competitivo e mais produtivo”, destaca.
Acesse a íntergra da pesquisaPesquisa CNI – Inovação e Pandemia (1,9 MB)
Inovar será questão de sobrevivência, avaliam CEOs
A pandemia acelerou importantes processos de inovação dentro das empresas – 84% das grandes e médias afirmam que terão que investir em inovação para crescerem ou se manterem no mercado. As médias empresas são as que mais sentem essa necessidade em avançar em ações estratégicas, 85% delas responderam que terão que inovar mais, contra 80% entre as grandes.
A pesquisa mostra que para os próximos três anos as empresas consideram como prioridades ampliar o volume de vendas (49%), produzir com menos custos (49%), produzir com mais eficiência (41%), ampliar o volume de produção (34%) e fabricar novos produtos (27%). Para isso, entre os setores que as indústrias consideram mais importante inovar estão o de relação com o consumidor (36%), setor de processos (35%) e de produção (31%).
A adoção de novos sistemas de trabalho durante a pandemia reforça a importância de a indústria manter o foco na inovação. Seis em cada 10 empresas implementaram sistemas de segurança da informação e 63% investiram em ferramentas de automação.
O Instituto FSB Pesquisa entrevistou 500 executivos de empresas industriais de médio e grande porte, compondo amostra proporcional em relação ao quantitativo total de empresas industriais desses portes em todos os estados brasileiros. As entrevistas foram realizadas entre 1 e 23 de setembro.
Participe do lançamento do Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria
A pesquisa inédita de inovação está sendo divulgada um dia antes de a CNI e o Sebrae realizarem o lançamento do 9º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, marcado para esta quarta-feira (20). O evento virtual ainda está com inscrições abertas e a participação é gratuita. A grande atração será o norte-americano Steve Wozniak, engenheiro eletrônico e cofundador da Apple, que falará sobre o futuro da inovação.
O evento antecipa um pouco das novidades do Congresso de Inovação, realizado a cada dois anos, em parceria, pela CNI e o Sebrae. A última edição ocorreu em 2019. Em função da pandemia, o formato foi alterado e a data, que seria em 2021, transferida para março de 2022, em São Paulo.
O evento virtual de amanhã será uma prévia do Congresso e reunirá especialistas de cinco continentes. Eles vão refletir sobre como a inovação uniu o mundo a partir da pandemia de Covid-19, levando as experiênciasde suas regiões no enfrentamento aos grandes desafios globais, como a pobreza, as mudanças climáticas e as guerras.
Estrela do evento, o programador de computadores Steve Wozniak é um ícone no Vale do Silício e um dos principais nomes mundiais da inovação – foi pioneiro ao tornar computadores acessíveis ao consumidor comum. Em sua palestra, que só poderá ser acompanhada pelos inscritos para participar do Congresso, o cofundador da Apple partirá da história da empresa para percorrer os caminhos da inovação desde então e apontar tendências futuras.Editorias:
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